O humanismo é uma visão de mundo filosófica e ética que enfatiza a dignidade, a autonomia e o progresso humano. Enraizado no pensamento greco-romano antigo, emergiu proeminentemente durante o Renascimento e o Iluminismo[3], rejeitando explicações sobrenaturais em favor da razão[4] e da ciência. A abordagem foca no potencial humano, na liberdade individual e no bem-estar coletivo, promovendo valores democráticos e direitos humanos[2]. O humanismo abrange várias perspetivas, incluindo abordagens filosóficas, religiosas, naturalistas e éticas, todas centradas em melhorar as condições sociais e compreender a experiência humana. Embora valorize a autonomia individual, também reconhece contextos sociais mais amplos. Historicamente influenciado por pensadores como Protágoras, Cícero[5] e posteriores filósofos iluministas, o humanismo desafia narrativas religiosas tradicionais e defende abordagens seculares e racionais para compreender a existência humana. Organizações humanistas contemporâneas continuam a promover estes princípios globalmente, enfatizando o pensamento crítico[1], os direitos humanos e políticas sociais progressistas.
O humanismo é uma postura de vida democrática e ética, que afirma que os seres humanos têm o direito e a responsabilidade de dar sentido e forma às suas próprias vidas. É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas morais que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico contemporâneo destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a uma autoridade superior.
O significado do termo "humanismo" mudou de acordo com os sucessivos movimentos intelectuais que com ele se identificaram. Durante a Renascença italiana, obras antigas inspiraram os estudiosos italianos, dando origem ao movimento do humanismo renascentista. Durante a Era do Iluminismo, os valores humanísticos foram reforçados pelos avanços da ciência e da tecnologia, dando confiança aos humanos na sua exploração do mundo. No início do século XX, organizações dedicadas ao humanismo floresceram na Europa e nos Estados Unidos e, desde então, expandiram-se por todo o mundo. No início do século XXI, o termo geralmente denota um foco no bem-estar humano e defende a liberdade, a autonomia e o progresso humanos. Vê a humanidade como responsável pela promoção e desenvolvimento dos indivíduos, defende a dignidade igual e inerente de todos os seres humanos e enfatiza a preocupação pelos seres humanos em relação ao mundo.
Desde o século XIX, o humanismo tem sido erroneamente associado ao anticlericalismo, quando na verdade se associa ao antropocentrismo renascentista e ao laicismo dos filósofos iluministas. A partir do século XX, os movimentos humanistas são tipicamente não religiosos e alinhados com o secularismo (humanismo secular). Mais frequentemente, o humanismo refere-se a uma visão não-teísta centrada na agência humana e a uma confiança na ciência e na razão, em vez de na revelação de uma fonte sobrenatural para compreender o mundo. Os humanistas tendem a defender os direitos humanos, a liberdade de expressão, as políticas progressistas e a democracia. Pessoas com uma visão de mundo humanista sustentam que a religião não é uma pré-condição da moralidade e se opõem ao excessivo envolvimento religioso com a educação e o Estado.
As organizações humanistas contemporâneas trabalham sob a égide da Humanistas Internacional. Associações humanistas bem conhecidas são a dos Humanistas do Reino Unido e a Associação Humanista Americana.