Egito Antigo

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O Antigo Egito emergiu de pequenos grupos culturais que evoluíram para uma civilização[1] sofisticada ao longo do Rio Nilo. Conhecido por nomes como Kemet e Taui, a região desenvolveu sociedades agrícolas complexas, escrita hieroglífica e técnicas arquitetónicas avançadas. Unificado por volta de 3100 AC sob o Faraó Narmer, o Egito experimentou períodos históricos distintos caracterizados por estabilidade política[2], conquistas culturais e expansão territorial. O Reino Antigo viu a construção de pirâmides, enquanto o Reino Médio trouxe renascença[3] cultural e conquista núbia. O Novo Reino marcou campanhas militares significativas e transformações religiosas, nomeadamente sob governantes como Aquenáton e Tutmés III. Períodos posteriores envolveram influências externas, incluindo ocupações assírias, persas e gregas, com Alexandre, o Grande, conquistando finalmente a região e estabelecendo a Dinastia Ptolemaica. Ao longo da sua história, o Egito demonstrou notável resiliência, inovação tecnológica e sofisticação cultural que influenciou profundamente as civilizações mediterrâneas e do Próximo Oriente.

Terms definitions
1. civilização. O conceito de civilização abarca transformações socioculturais complexas impulsionadas por revoluções tecnológicas, representando mudanças dinâmicas na organização social humana. As civilizações são caracterizadas por identidades culturais únicas, englobando ideias, costumes, artes e práticas de manufatura distintas que tendem a se espalhar e influenciar outras esferas culturais. Estudiosos como Samuel Huntington e Darcy Ribeiro propuseram diferentes estruturas para compreender o desenvolvimento civilizacional, identificando múltiplas zonas culturais e trajetórias históricas. Essas perspetivas exploram como as sociedades evoluem através de mudanças tecnológicas, sociais e culturais, destacando a natureza não linear da progressão humana. O estudo das civilizações envolve analisar processos de hegemonia cultural, autorregulação social e potenciais conflitos decorrentes de diferenças ideológicas e culturais. O conceito vai além das meras estruturas sociais, representando a identidade cultural mais ampla e abrangendo padrões intrincados de interação e transformação humana.
2. política. A política é um campo multifacetado que explora a governança, dinâmicas de poder e organização social. Originando-se do termo grego antigo "politeia", examina as estruturas e processos de gestão estatal. O poder político é caracterizado pela sua capacidade de influenciar resultados sociais através de mecanismos de legitimidade, centralização e coerção. Diversos sistemas políticos, desde democracias até monarquias, operam através de instituições complexas como legislaturas, executivos e judiciários. Diferentes perspetivas ideológicas – incluindo liberalismo, conservadorismo e socialismo – moldam a compreensão das funções do estado, direitos individuais e relações sociais. A política internacional expande ainda mais este domínio, analisando interações globais, relações diplomáticas e governança transnacional. Teorias de mudança política, distribuição de poder e estruturas institucionais fornecem insights críticos sobre como as sociedades se organizam, governam e transformam através de processos políticos e debates filosóficos.
Egito Antigo (Wikipedia)
 Nota: Para outros significados, veja Egito (desambiguação).

O Antigo Egito foi uma civilização do Antigo Oriente Próximo do Norte de África, concentrada ao longo ao curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país moderno do Egito. Era parte de um complexo de civilizações, as civilizações do vale do Nilo, do qual também faziam parte as regiões ao sul do Egito, atualmente no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália. Tinha como fronteiras o mar Mediterrâneo, a norte, o Deserto da Líbia, a oeste, o Deserto Oriental Africano a leste e a primeira catarata do Nilo a sul. Foi umas das primeiras grandes civilizações da Antiguidade e manteve durante sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenham sido também uma realidade.

Antigo Egito
3 100 a.C.30 a.C. 

O Antigo Egito em sua extensão máxima durante o período conhecido como Império Novo, por volta de 1 450 a.C.

Esfinge com a pirâmide de Quéfren na Necrópole de Gizé (ou Guiza), o complexo de monumentos mais emblemático do Antigo Egito
Região ÁfricaOriente Próximo
Capitais

AlexandriaAquetatomÁvarisBubástisHeracleópolis MagnaHieracômpolisIti-TauiLeontópolisMendesMênfisNapataPi-RamessésSaísSebénitoTânisTebasTinis

Países atuais

EgitoIsraelJordâniaLíbanoLíbiaPalestinaSíriaSudãoTurquia


Língua oficial egípcio
Outros idiomas

coptagrego clássicolatimnúbio antigopersa antigo

Religião politeísmo egípcio

Forma de governo Monarquia absoluta
Faraó
• ca. 3 100 a.C.  Narmer
• 51–30 a.C.  Cleópatra

Período histórico Idade do Bronze
Idade do Ferro
• 3 100 a.C.  União do Alto e Baixo Egito
• 3 100–2 686 a.C.  Época Tinita
• 2 686–2 160 a.C.  Império Antigo
• 2 160–2 055 a.C.  1.º Período Intermédio
• 2 055–1 650 a.C.  Império Médio
• 1 650–1 550 a.C.  2.º Período Intermédio
• 1 550–1 069 a.C.  Império Novo
• 1 069–664 a.C.  3.º Período Intermédio
• 664–332 a.C.  Época Baixa
• 332–30 a.C.  Reino Ptolemaico
• 30 a.C.  Conquista romana

A civilização egípcia se aglutinou em torno de 3 100 a.C. com a unificação política do Alto e Baixo Egito, sob o primeiro faraó (Narmer), e se desenvolveu nos três milênios seguintes. Desenvolveu-se historicamente em três grandes reinos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como Períodos Intermédios. Atingiu seu auge no Império Novo (ca. 1550–1069 a.C.), uma era cosmopolita na qual, graças às campanhas militares do faraó Tutemés III, o Egito dominou uma área que se estendia desde a Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do Nilo, até o rio Eufrates, tendo entrado num lento declínio depois disso. O Egito foi dominado por uma sucessão de potências estrangeiras neste período final. O governo dos faraós terminou oficialmente em 30 a.C., quando o Egito caiu sob o domínio do Império Romano e se tornou uma província, após a derrota da faraó Cleópatra (r. 51–30 a.C.) na Batalha de Alexandria.

O sucesso egípcio deve-se em parte à sua capacidade de se adaptar às condições do vale do Nilo. A inundação previsível e a irrigação controlada do vale fértil produziam colheitas excedentárias, o que alimentou o desenvolvimento social e cultural. Com recursos excedentários, o governo patrocinou a exploração mineral do vale e regiões do deserto ao redor, o desenvolvimento de um sistema de escrita, a organização de construções coletivas e projetos de agricultura, comércio com vizinhos e guerras para derrotar inimigos estrangeiros e afirmar o domínio egípcio. Motivar e organizar estas atividades foi uma tarefa burocrática dos escribas de elite, dos líderes religiosos, e dos administradores sob o controle de um faraó que garantiu a cooperação e a unidade do povo egípcio, no âmbito de um elaborado sistema de crenças religiosas.

As muitas realizações dos antigos egípcios incluem o desenvolvimento de técnicas de extração mineira, topografia e construção que permitiram a edificação de monumentais pirâmides, templos e obeliscos; um sistema de matemática, um sistema prático e eficaz de medicina, sistemas de irrigação e técnicas de produção agrícola, os primeiros navios conhecidos, faiança e tecnologia com vidro, novas formas de literatura e o mais antigo tratado de paz conhecido, o chamado Tratado de Cadexe. O Egito deixou um legado duradouro. Sua arte e arquitetura foram muito copiadas e suas antiguidades levadas a várias partes do globo. Suas ruínas monumentais inspiraram a imaginação de viajantes e escritores por séculos e o fascínio por antiguidades e escavações no início do Idade Contemporânea esteve na origem da investigação científica desta civilização e levou à maior valorização do seu legado cultural.

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