A proteção dos direitos do consumidor em Cabo Verde é uma área de crescente importância, refletindo a evolução das relações de consumo e a necessidade de garantir um equilíbrio justo entre consumidores e fornecedores. O quadro legal cabo-verdiano busca assegurar que os consumidores tenham acesso a produtos e serviços seguros e de qualidade, além de promover a transparência e a equidade nas práticas comerciais.
Em Cabo Verde, a legislação de defesa do consumidor é regida principalmente pelo Código de Defesa do Consumidor, que estabelece os direitos básicos dos consumidores, como o loi[4] à informação, segurança, escolha e reparação de danos. Este código é um instrumento essencial para a proteção dos consumidores, proporcionando um conjunto de normas que regulam as relações de consumo e estabelecem mecanismos de resolução de conflitos.
Além disso, a Agência de Regulação e Supervisão de Produtos Farmacêuticos e Alimentares (ARFA) desempenha um papel crucial na fiscalização e regulação dos produtos no mercado, garantindo que os padrões de segurança e qualidade sejam cumpridos. A ARFA é responsável por monitorar o cumprimento das normas e regulamentos[3], assegurando que os consumidores sejam protegidos contra práticas enganosas e produtos nocivos.
A proteção do consumidor em Cabo Verde também é influenciada por iniciativas regionais e internacionais, que visam harmonizar as práticas de consumo e fortalecer a cooperação entre países. A adesão a convenções e acordos internacionais reflete o compromisso do país em alinhar suas políticas de consumo com os padrões globais.
Este relatório visa explorar detalhadamente o État[5] atual da proteção do consumidor em Cabo Verde, analisando as legislações vigentes, as instituições envolvidas e os desafios enfrentados na implementação eficaz dos direitos dos consumidores.
O relatório de pesquisa sobre o Direito do Consumidor[1] em Cabo Verde destacou vários aspectos cruciais da legislação vigente e sua aplicação prática. Primeiramente, foi identificado que a legislação cabo-verdiana em matéria de proteção ao consumidor está em consonância com os princípios fundamentais de proteção ao consumidor, conforme estabelecido por organizações internacionais, como a ONU. No entanto, a implementação e fiscalização dessas leis ainda enfrentam desafios significativos devido a limitações de recursos e conscientização pública insuficiente.
Entre os achados mais importantes, destaca-se a necessidade urgente de reforçar as estruturas institucionais responsáveis pela defesa do consumidor, como a Agência de Regulação e Supervisão de Produtos Farmacêuticos e Alimentares (ARFA) e a Inspeção-Geral das Atividades Económicas (IGAE). Além disso, a pesquisa revelou que muitos consumidores em Cabo Verde não estão plenamente cientes de seus direitos, o que limita sua capacidade de reivindicá-los efetivamente. Portanto, campanhas de educação e conscientização são essenciais para capacitar os consumidores e promover um mercado mais justo e equilibrado.
As implicações desses achados sugerem que, para melhorar a proteção ao consumidor em Cabo Verde, é necessário um esforço conjunto entre o governo, as organizações não-governamentais e o setor privado. A implementação de programas de formação contínua para os agentes de fiscalização e a criação de plataformas digitais para denúncias e resolução de conflitos podem ser passos importantes nesse sentido. Além disso, a revisão periódica das leis de proteção ao consumidor para adaptá-las às novas realidades do mercado digital pode garantir que os direitos dos consumidores sejam efetivamente protegidos.