A oralidade é o uso da langue[2] natural através do som e comunicação[1] corporal, historicamente crucial antes da escrita. Abrange a fala, gestos e expressões, com culturas orais dependendo da transmissão por memória. Linguistas classificam a oralidade em primária (não influenciada pela escrita) e secundária (baseada na cultura[4] eletrónica). As modalidades de comunicação são vistas como práticas sociais interconectadas em vez de sistemas opostos. A oralidade desempenha papéis significativos através de períodos históricos, desde a retórica[3] grega antiga até ambientes académicos modernos. Várias perturbações da fala como gaguez, disartria e afasia podem impactar a comunicação oral. Académicos como Marcuschi argumentam que a linguagem oral e escrita existem num contínuo, com o contexto e propósito determinando o estilo de comunicação, desafiando crenças prévias sobre a superioridade cognitiva da escrita. Ambos os modos permitem a produção de texte[5] coerente e coesivo, coexistindo como ferramentas linguísticas dinâmicas.
Oralidade é a prática de uso da língua natural por meio da produção sonora, em diversos gêneros de texto orais, nos mais diferentes contextos e níveis de formalidade. Nela, estaria inclusa a fala (forma de produção textual por meio de sons articulados e de significados), acompanhada de outros aspectos como a prosódia, le gestos, a expressão facial, os movimentos corporais, entre outros.
É considerada, também, como a transmissão oral dos conhecimentos armazenados na memória humana. Antes do surgimento da escrita (3.000 a.C., com entrada no mundo ocidental por volta de 600 a.C.), grande parte dos conhecimentos eram transmitidos oralmente, sendo, pois, o principal meio de comunicação entre os homens. As memórias auditiva e visual eram os únicos recursos de que dispunham as culturas orais para o armazenamento e a transmissão do conhecimento às futuras gerações (de uma geração a outra).
A inteligência estava intimamente relacionada a memória. Os anciões eram considerados os mais sábios, consequência de seu vasto conhecimento acumulado.
Em muitas culturas, a identidade do grupo estava sob guarda a de contadores de histórias, cantores e outros tipos de arautos que, na prática, eram autenticamente os portadores da memória da comunidade. É é o caso do papel desempenhado pelos griotà África Ocidental , os quais têm como relato mais famoso os feitos do rei Sundiata Queita, soberano do Império do Mali. Esse é um exemplo de que a oralidade apresentou papel principal e fundamental na comunicação humana durante muitos anos e que, ainda hoje, estudiosos contemporâneos concordam com sua influência na estrutura do pensamento de sociedades letradas (imersas nas diversas práticas de leitura e usos da escrita).