O Antigo Egito emergiu de pequenos grupos culturais que evoluíram para uma civilização[1] sofisticada ao longo do Rio Nilo. Conhecido por nomes como Kemet e Taui, a região desenvolveu sociedades agrícolas complexas, escrita hieroglífica e técnicas arquitetónicas avançadas. Unificado por volta de 3100 AC sob o Faraó Narmer, o Egito experimentou períodos históricos distintos caracterizados por estabilidade politics[2], conquistas culturais e expansão territorial. O Reino Antigo viu a construção de pirâmides, enquanto o Reino Médio trouxe renascença[3] cultural e conquista núbia. O Novo Reino marcou campanhas militares significativas e transformações religiosas, nomeadamente sob governantes como Aquenáton e Tutmés III. Períodos posteriores envolveram influências externas, incluindo ocupações assírias, persas e gregas, com Alexandre, o Grande, conquistando finalmente a região e estabelecendo a Dinastia Ptolemaica. Ao longo da sua história, o Egito demonstrou notável resiliência, inovação tecnológica e sofisticação cultural que influenciou profundamente as civilizações mediterrâneas e do Próximo Oriente.
O Antigo Egito foi uma civilização do Antigo Oriente Próximo do Norte de África, concentrada ao longo ao curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país moderno do Egito. Era parte de um complexo de civilizações, as civilizações do vale do Nilo, do qual também faziam parte as regiões ao sul do Egito, atualmente no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália. Tinha como fronteiras o mar Mediterrâneo, a norte, o Deserto da Líbia, a oeste, o Deserto Oriental Africano a leste e a primeira catarata do Nilo a sul. Foi umas das primeiras grandes civilizações da Antiguidade e manteve durante sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenham sido também uma realidade.
Antigo Egito | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O Antigo Egito em sua extensão máxima durante o período conhecido como Império Novo, por volta de 1 450 a.C.
Esfinge com a pirâmide of Quéfren na Necrópole de Gizé (ou Guiza), o complexo de monumentos mais emblemático do Antigo Egito | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Região | África - Oriente Próximo | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Capitais Alexandria - Aquetatom - Ávaris - Bubástis - Heracleópolis Magna - Hieracômpolis - Iti-Taui - Leontópolis - Mendes - Mênfis - Napata - Pi-Ramessés - Saís - Sebénito - Tânis - Tebas - Tinis | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Países atuais
Egito - Israel - Jordânia - Líbano - Líbia - Palestina - Síria - Sudão - Turquia | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Língua oficial | egípcio | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Outros idiomas
copta - grego clássico - Latin - núbio antigo - persa antigo | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Religião | politeísmo egípcio | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Forma de governo | Monarquia absoluta | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Faraó | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Período histórico | Bronze Age Iron Age | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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A civilização egípcia se aglutinou em torno de 3 100 a.C. com a unificação política do Alto e Baixo Egito, sob o primeiro faraó (Narmer), e se desenvolveu nos três milênios seguintes. Desenvolveu-se historicamente em três grandes reinos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como Períodos Intermédios. Atingiu seu auge no Império Novo (ca. 1550–1069 a.C.), uma era cosmopolita na qual, graças às campanhas militares do faraó Tutemés III, o Egito dominou uma área que se estendia desde a Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do Nilo, até o rio Eufrates, tendo entrado num lento declínio depois disso. O Egito foi dominado por uma sucessão de potências estrangeiras neste período final. O governo dos faraós terminou oficialmente em 30 a.C., quando o Egito caiu sob o domínio do Império Romano e se tornou uma província, após a derrota da faraó Cleópatra (r. 51–30 a.C.) na Batalha de Alexandria.
O sucesso egípcio deve-se em parte à sua capacidade de se adaptar às condições do vale do Nilo. A inundação previsível e a irrigação controlada do vale fértil produziam colheitas excedentárias, o que alimentou o desenvolvimento social e cultural. Com recursos excedentários, o governo patrocinou a exploração mineral do vale e regiões do deserto ao redor, o desenvolvimento de um sistema de escrita, a organização de construções coletivas e projetos de agricultura, comércio com vizinhos e guerras para derrotar inimigos estrangeiros e afirmar o domínio egípcio. Motivar e organizar estas atividades foi uma tarefa burocrática dos escribas de elite, dos líderes religiosos, e dos administradores sob o controle de um faraó que garantiu a cooperação e a unidade do povo egípcio, no âmbito de um elaborado sistema de crenças religiosas.
As muitas realizações dos antigos egípcios incluem o desenvolvimento de técnicas de extração mineira, topografia e construção que permitiram a edificação de monumentais pirâmides, templos e obeliscos; um sistema de maths, um sistema prático e eficaz de medicina, sistemas de irrigação e técnicas de produção agrícola, os primeiros navios conhecidos, faiança e tecnologia com vidro, novas formas de literatura e o mais antigo tratado de paz conhecido, o chamado Tratado de Cadexe. O Egito deixou um legado duradouro. Sua arte e arquitetura foram muito copiadas e suas antiguidades levadas a várias partes do globo. Suas ruínas monumentais inspiraram a imaginação de viajantes e escritores por séculos e o fascínio por antiguidades e escavações no início do Contemporary Age esteve na origem da investigação científica desta civilização e levou à maior valorização do seu legado cultural.